sábado, 28 de fevereiro de 2009

Página de diário.



Olá!

Todas as páginas eram especiais mas não se podia postá-las todas. As quatro páginas de diário que se seguem foram escolhidas pela forma como foram escritas e por serem de naturezas diferentes. As postagens estão por ordem alfabética.
Continuem a trabalhar e Façam comentários!

19 de Março de 2009

Querido diário,
Neste dia de chuva e grandes ventos cá estou eu a escrever-te novamente.
Hoje ganhei e tornei-me, eu e a minha equipa, campeões da Taça do Minho. Como ninguém esperava apareci, recebi e lá vai a bola para o ângulo da baliza e GOLOOOOO, Duarte marca e já está tudo decidido, dizia o relatador animadíssimo…
Depois do jogo fomos todos para a minha piscina e celebramos a grande vitória, até o treinador apareceu para dar um mergulho!
Foi um domingo divertidíssimo e amanhã lá vou eu para a escola gabar-me e dizer que fui campeão!
Aqui te deixo mas volto!
Duarte…

17 de Fevereiro de 2009

Querido companheiro,
É a primeira vez que partilho as minhas aventuras contigo, por causa disso não te rias de mim se eu escrever uma “composição” que esteja mal escrita. Não tenho prática nisto, por isso…
Foi assim que começou o meu dia…Acordei com a luz aos quadradinhos de metal da janela da minha “suite” na esquadra. Como presente dos meus maus actos, recebi uma cama com um colchão de tijolo e uma almofada de pedra. Se pudesse, voltava atrás mas…já não posso.
Todos os dias resido no mesmo sítio e alimento-me na cantina com os outros, da mesma “raça” que eu.
Estou no meu milésimo vigésimo quarto dia, um terço da minha pena e já tenho vontade de voltar à liberdade, cumprindo todas as leis.
E assim passou este dia, o primeiro na tua companhia.
Amanhã voltamos a conversar mais um pouco.
Joaquim.
Francisco Ferreira nº16 7ºF

Frankfurt, 5 de Março de 1947

Querido Caderno Diário,
Como estes anos têm sido muitos difíceis e complicados, decidi começar a aliviar a minha mágoa com alguma coisa e como perdi tudo o que tinha de bom, concluí que uma folha de papel seria um bom começo.
Faz hoje 2 anos que a minha filha Anne nos deixou. Não sei como viver este dia. Sinto-me tão culpado pela morte dela, penso que poderia ter impedido tudo o que aconteceu naquele dia. Acredito que poderia ter protegido melhor toda a minha família e os amigos que habitavam connosco no anexo secreto.
Tenho saudades da minha vida antiga, com todos os que mais amava por perto. Estou sozinho, não tenho ninguém que me console, que me faça feliz. Não há ninguém que diga “Bom dia melhor pai do mundo” como a minha Anne dizia.
Fico desolado só de imaginar a minha pequenina no meio do cheiro imundo a cadáver e de tanta violência. Nunca desejei que nada deste género acontecesse, acho que ninguém com o mínimo de bom senso deseja a morte a alguém, mesmo de raças ou religiões diferentes.
Dava tudo para poder trocar de lugar com a minha querida Anne, fazia tudo e mais alguma coisa para que ela não tivesse de passar por tudo aquilo que passou. Não quero imaginar as situações horríveis que ela e a minha família tiveram de viver.
Hoje, enquanto andava de um lado para o outro, encontrei uma fotografia da Anne em bebé. Todas as recordações me vieram à cabeça, lembrei-me dos momentos assustadores que passamos naquela cave mas também de como éramos todos tão unidos e nos protegíamos uns aos outros.
Depois de tanto tempo ainda não consigo fechar os olhos e deixar de ver todas aquelas imagens infernais e aterrorizantes a percorrerem o meu pensamento.
Por hoje é tudo. Estes pensamentos estavam-me entalados aqui, no coração. Obrigada por este bocadinho.

Até breve, Otto

Sara Viana, nº28 7ºF

Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2009

Querido diário,

Queres ouvir uma história? Sim, uma história! A história de um belo dia de férias!

A minha manhã não foi nada interessante, por isso vou-te falar do que se passou a seguir ao almoço.

Almoçámos, como é habitual, em casa dos meus avós onde comemos sempre aquelas comidas deliciosas que só os avós sabem fazer, e sabes; por vezes até acho que eles têm uns pozinhos de perlimpimpim para nos enganar as papilas gustativas e levar-nos a gostar de alimentos como o peixe ou os legumes!

Já a caminho de casa, mesmo quando o meu pai estava a estacionar, perguntou-nos ele:

-“Ei, e que tal uma volta ao monte?”

Isso é lá pergunta que se faça depois daquelas semanas de chuva e frio em que não se podia sair de casa! Claro que disse logo que sim mas o meu irmão (que ainda na fase da gaveta como diz a mamã) estava ansioso por jogar playstation e logo recusou ; mas, aqui entre nós que ninguém nos ouve; poderia ele algum dia resistir às minhas falinhas mansas?

Passado pouco tempo já estava ele todo contente com a ideia de irmos passear, e o pai lembrou-se:

-“Não querem ir buscar as vossas geringonças a casa?”

Pois claro! Já nos íamos esquecendo das fisgas, canivetes, e binóculos! Ainda bem que o pai se lembrou! Disso e do lanche…

E lá fomos nós, à procura de um bom sítio para explorar e foi então que vimos uns senhores a fazer parapente num monte muito alto; já estava decidido onde seria a nossa próxima paragem!

Era um lugar muito alto e vasto, com uma descida a pique no fim; se por acaso algum dia quisesse fazer parapente já conhecia o sítio ideal!

Mas não era só isso que se estava lá a fazer, também havia corredores de trial e de MotoCross. Existia igualmente a zona do mato, que mais tarde iríamos explorar, mas o mais interessante era mesmo o restaurante abandonado que por lá existia! Já sabíamos por onde começar a exploração.

Eu com a fisga em riste, o meu irmão com um pau na mão que encontrara no chão e o meu pai com a maior das preocupações para que não espetássemos um prego no pé ou levássemos para casa alguma daquelas lembranças que os pais não gostam de ver nos tapetes e alcatifas; lá entrámos nós no restaurante podre, velho e abandonado. A primeira coisa que fiz foi ver se existiam vidros que se pudessem partir com uma fisgada, mas não, já não restava nada nas paredes a não ser grafites velhos de outros que por ali tinham passado e os únicos vidros que ali existiam já estavam partidos e espalhados pelo chão.

Logo pela entrada encontramos umas bolitas muito redondinhas e castanhas e que cheiravam mal (acho que já deves saber o que era) que nós evitamos agilmente.

Revistado o primeiro andar fomos à volta do edifício até encontrarmos umas escadas que iam dar directamente ao telhado; lá em cima não existia absolutamente nada a não ser um buraco que deixava ver o 1º andar; então isso queria dizer que ainda nos faltava um andar para acabar estas explorações!

Acabamos por descobrir umas escadas que lá iam ter, parecia um andar como os outros, mas só que este tinha quartos, que em tempos deviam ser bem bonitos e agora estavam todos velhos e abandonados.

Infelizmente o caminho estava bloqueado por montes de caganitas e estava muito escuro, o que nos levou a dar a volta para descer. Descemos por uma escada pelo lado de fora que nem corrimão tinha! Se déssemos um passo para o lado caímos dois andares! Ai se a mãe nos visse, dava-lhe uma coisa!

Por sorte ninguém caiu, mas finalmente, a primeira parte da nossa aventura tinha acabado!

Que iríamos ver a seguir? Chamou-nos então a atenção um pedregulho muito liso, o local ideal para se sentar! Sabes o que isso significava? Hora do lanche!

Foi um lanche leve mas saboroso (bananas, bolachas, iogurtes, água…) pois ninguém queria perder o tempo a ir para a próxima paragem! Uma capela que por ali existia!

Ficámos muito tristes por não podermos entrar! Mas logo descobrimos umas velas em que pudemos treinar tiro ao alvo com a minha fisga!

Atrás da capela descobrimos um poste de electricidade que tinha caído, e também uma árvore da qual o meu pai tirou um ramo para fazer uma fisga; tirando isso, não se fez mais nada por ali.

Foi então que nos lembrámos que ainda não tínhamos visto a floresta!

Não a exploramos exaustivamente porque estava a escurecer mas ainda deu tempo para ver alguma coisa.

Finalmente, encostámo-nos ao carro mesmo a tempo de ver a ultima pessoa que estava a fazer parapente a levantar voo.

Eram quase 18h00 e o pai disse que tínhamos de ir embora, não sei antes dizer que tinha sido um belo dia. Nós concordámos e fizemo-lo prometer que vamos repetir sempre que possível.

Por hoje é tudo querido diário, até breve!


Valdo Reis da Silva Nunes Nº29 7ºF


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Textos seleccionados de Janeiro


Como prometido, estão postados os textos de Janeiro. Parabéns aos seleccionados do mês. Aos outros colegas, queremos agradecer a participação e esperemos que continuem a escrever para que um dos textos postados no próximo mês seja o vosso.

"As estrelas diferentes"


Numa noite brilhante de Verão, entre o céu e a água do mar, duas estrelas completamente diferentes dialogavam entre si, discutindo as suas condições de vida e as suas opiniões acerca delas:
- Boa noite, amiga do mar. - saudava a estrela do céu.
- Cumprimentos, amiga do céu. - respondia a estrela-do-mar.
- Como vais?
- Bem, por aqui a temperatura está boa, mas com certeza aí está melhor, porque não estás tão húmida, obviamente. E tu, como vais?
- Tenho andado a brilhar um pouco mais. Mas dava todo o meu brilho para estar no teu lugar.
- Não percebo esse teu fascínio pelo meu habitat, afinal, aí estás sempre longe de perigos como... tu sabes... peixes e tubarões que devoram tudo o que vêem à frente.
- Pelo menos assim não estás sempre melancolicamente aborrecida, podes fazer aventuras, observar a fascinante paisagem do fundo do oceano...
- Mas deve ser tão interessante estar superior a tudo e poder observar o que quer que seja.
- Por muito fantástico que isso possa ser, já me fartei disso. É muito aborrecido.
- Era giro era se trocássemos de vida, assim cada uma ficava feliz à sua maneira. - propôs a estrela-do-mar.
- Isso é uma óptima ideia!... Mas... como pensas fazer isso?
- Ah... ainda não tinha pensado nisso, dá-me algum tempo para pensar... (alguns minutos depois) Já sei! - anunciou a estrela-do-mar.- podemos ir ao horizonte, onde a Terra toca no mar, depois é só saltar e mudamos de sítio.
Ao fim de darem a volta ao nosso extenso planeta (o que demorou pouquíssimo tempo graças à velocidade do seu transporte secreto e desconhecido por todos), as duas estrelas puderam chegar a uma breve conclusão:
- Acho que vamos ter de nos contentar com aquilo que a Mãe natureza nos dá...-disseram as duas em conjunto.
- E seguir a vida sem olhar de lado para ela...
- Pois cada um tem um dom...
- Um dom que mais ninguém tem...
- E que nos torna únicas e diferentes.

Joana Flores, nº18, 7ºF

"A Estrela do Céu e a Estrela-do-mar"

Era uma vez uma estrela-do-mar que vivia resignada pois estava aborrecida por se encontrar sempre no mesmo local, frio e azul, sem se poder movimentar para outras paragens, conhecer outros lugares…
Vivia no extremo Ocidente, na “Terra do Sol poente”, e todos os dias aconteciam as mesmas coisas: despertava, com os pequenos raios solares que a água do mar não conseguia filtrar a incidirem sobre ela, e, ainda um bocado adormecida, começava a rastejar lentamente até uma barreira de coral ali próxima; lá alimentava-se e descansava, à espera da chegada da noite e do reinício daquele ciclo diário.
Certo dia, durante o pôr-do-sol, a estrela lembrou-se de olhar para o horizonte e, na linha em que o céu e a terra se tocam, ela avistou uma pequena estrela do céu que lhe chamou a atenção pois cintilava menos do que as outras. Lembrou-se então de que não tinha amigos e de que aquela era uma boa oportunidade para fazer um. Decidiu partir até aquele local.
Após quatro dias de viagem chegou finalmente ao destino, mas acabou por ter uma desilusão pois era de dia e as estrelas gostam de brincar durante o dia e só à noite irem para os seus lugares descansar.
Depois de esperar horas e horas pela noite e depois de percorrer toda aquela zona em busca de alguma actividade para passar o tempo, a estrela-do-mar lá conseguiu encontrar-se com a estrela do céu:
- Olá, o meu nome é Estrela-do-Mar.
E depois de uma breve troca de olhares, respondeu:
- Olá, o meu é Estrela do Céu. Mas, o que vieste cá tu fazer?
-Eu… vim perguntar-te como é a vida de uma estrela do céu e se quererias ser minha amiga. – Declarou, timidamente, a Estrela-do-Mar com medo de que a Estrela do Céu fosse fazer troça dela.
Mas, contra as suas expectativas, a Estrela do Céu respondeu:
-Aceito ser tua amiga com enorme prazer. Quanto à vida de uma estrela do céu não há muito a dizer… as estrelas do céu vivem infelizes pois passam o tempo a olhar para o mundo e para as suas desgraças: ora há um acidente de veículos, ora há crimes ou violência nas cidades, ora se vê alguém a poluir e a maltratar o ambiente, ora há um derrame de petróleo no mar, ora um incêndio florestal…; enquanto tu tens uma sorte invejável pois vives num local escondido e tranquilo longe do mundo e das suas preocupações, num local cheio de cor e de animais maravilhosos e misteriosos e onde há abundância em tudo e nada te falta! Quem me dera estar no teu lugar.
Cheia de espanto a estrela-do-mar contra-argumenta dizendo:
-Eu sempre pensei exactamente o contrário, que as estrelas do céu eram felicíssimas e que se divertiam imenso durante o dia inteiro, que tinham a possibilidade de contemplar paisagens e locais do outro mundo e que conseguiam ver toda alegria e felicidade dos homens. Enquanto nós, estrelas-do-mar, estamos presas à monotonia do fundo do mar e não podemos vislumbrar coisas nem locais novos, ver diferentes tipos de vida e conhecer outros tipos de ambiente, em vez disso temos de nos preocupar em nos alimentarmos e em conseguirmo-nos deslocar de um sítio para o outro, vagarosamente, rastejando, rastejando…
Dizendo isto a Estrela do Céu e a Estrela-do-Mar sorriram uma para a outra… havia vantagens e desvantagens em cada uma das suas condições e elas aprenderam que não devemos pensar que “a relva que nasce no quintal vizinho é mais verde que a do nosso”.

José Luís Antunes Martins, nº 19, 7ºF

"A viagem dos cinco amigos"

Era uma vez cinco amigos. Chamavam-se Visão, Olfacto, Tacto, Paladar e Audição. Viviam numa aldeia muito pequena, junto a uma floresta escura, densa e assustadora. Esta floresta era tão sombria que nunca alguém ousara lá entrar.
Certo dia, o Tacto, que era muito destemido propôs uma ideia:
- Caros amigos, já que nunca temos nada de novo para fazer, que tal uma visita à floresta?
A Audição, quando ouviu isto ficou logo amedrontada!
- É melhor não, ouvi dizer que lá existem muitos lobos e a floresta é muito escura e assustadora… Não concordam comigo, amigos? Quem não concorda que levante a mão.
Ninguém concordou. Então, o Olfacto, decidido, disse:
- Bem, sendo assim vamos lá! Temos que descobrir alguma aventura e acabar com esta monotonia!
- Eu não vou! Aquilo mete muito medo… Deve ter muitos lobos, morcegos e outros animais arrepiantes! – Disse a Audição.
- Deixa-te lá disso, medricas! Os lobos só atacam aldeias quando estão esfomeados.
- Está bem. Acho que mudei de ideias… Vamos lá então! – Afirmou a Audição cabisbaixa.
Andaram por caminhos intermináveis, às voltas e chegaram sempre ao mesmo sítio. Estavam perdidos até que a Visão sugeriu:
- Tacto, atira-me para cima daquela enorme árvore, pode ser que eu encontre o caminho correcto.
O Tacto fez o que a Visão lhe pediu e esta já em cima da árvore, lá conseguiu encontrar o caminho de volta!
Passado um bom bocado, o Olfacto estranhou:
- Cheira-me que vêm aí os lobos, já “sinto” o cheiro característico deles. Estão a menos de cem metros.
O Paladar começou a rir-se e afirmou:
- Não é possível! Nesta altura do dia não há lobos! Só de noite!
De repente, começaram a surgir umas bolas brancas atrás dos arbustos. Em segundos, cerca de dez lobos saltam e atacam os nossos amigos. Felizmente, o Tacto esquivou-se de um dos ataques, saltou e fechou-se num punho, originando um “soco” num dos lobos!
Rapidamente, subiram para as árvores mais próximas, evitando a luta com os ferozes animais.
Aguentaram algumas horas para descer em segurança. Quando chegaram à aldeia juntos, sãos e salvos, repararam que no curral não restou uma única ovelha viva! A alcateia esfomeada “levou tudo à sua frente”.
A partir desse mesmo dia, decidiram que, no futuro, se uniriam e enfrentariam em conjunto qualquer dificuldade que se atravessasse no seu caminho.
UM POR TODOS E TODOS POR UM.

Luís Gonçalo Epifânio Pereira, nº21, 7ºF

"Quero ser uma estrela-do-mar"

A noite tinha-se instalado. Apenas a luz da Lua e o brilho das estrelas davam luz à pequena cidade. Era tão bonito ver aquele espectáculo de luzes, aqueles movimentos tão invulgares. Num abrir e fechar de olhos, lá estavam eles, os pequenos pontinhos a piscar constantemente.
Com o enorme céu, encontrava-se o enorme mar. Desta forma, todas as noites, as criaturas do mar comunicavam com as do céu. As ondas contavam aos planetas quantas pessoas nelas tinham mergulhado durante o dia, a Lua contava a todos os peixinhos histórias maravilhosas e encantadoras para adormecerem, pois no dia seguinte seria um dia cheio de emoções no meio daquele grande oceano e as estrelas do céu contavam às estrelas-do-mar tudo o que viam, estas ficavam maravilhadas e adoravam saber todos os pormenores.
No meio de toda esta convivência, estava a pequena estrelinha do mar, enterrada na areia, incomodada e triste com tantas aventuras que as estrelas do céu estavam a contar.
- Só queria ser uma delas, queria brilhar bem lá no alto, queria ser uma estrela que todos admirassem, misteriosa como elas e puder ver tudo o que se passa, puder sentir todos os sentimentos possíveis. Queria ser aquela estrelinha a quem as pessoas pedem desejos com imensa força porque confiam nela e têm esperança que ela os realize. – Disse a estrelinha desenterrando-se lentamente da areia fina da praia e flutuando nas ondas.
- Compreendo perfeitamente o que estás a dizer, minha querida. – disse uma estrela do céu que apareceu repentinamente perto dela. – Sei que pensas que estar aqui em cima é algo de extraordinário, algo fantástico e sabes como o sei? Porque eu já fui uma estrela-do-mar…
O silêncio instalou-se.
- O quê? Não estou a perceber. – Disse a estrelinha interrompendo o silêncio – Estás no céu, brilhas como ninguém, não podes ter sido uma estrela-do-mar, nós não brilhamos nem concretizamos desejos como vocês…
A estrela do céu sorriu, estava a perceber tudo o que a pequena estrela estava a sentir.
- É mesmo verdade minha pequenina, já fui igual a ti. Já tive esse desejo de brilhar aqui no alto, de tocar neste vazio, de ser admirada por tudo e por todos. Já tive o desejo de poder ver tudo. E esse meu desejo concretizou-se.
- Mas como? – Perguntou, muito surpreendida a estrela-do-mar.
- Preparada para ouvir? Foi assim, todas as noites pedia ao Rei dos Mares para falar com a Lua e tentar convencê-la de que o meu lugar é no céu e ele nunca cedia. Uma vez, estava eu a pedir, como todas as noites, para o Rei mudar de ideias, pedi imenso. Por sorte, a Lua ouviu-me e veio falar comigo, disse-me que se continuasse assim, tão triste, não iria ser boa como estrela-do-mar por isso combinou comigo falar com o Rei e convencê-lo a tornar-me estrela-do-céu. – Começou a contar a estrela do céu.
- Tens mesmo sorte. Parece que nasceste para ser uma estrela do céu. Mas, como é que fizeram essa troca?
- Bem, foi assim; a Lua lá convenceu o Rei dos Mares e então combinamos que na noite seguinte uma estrela cadente me viria buscar para me levar até ao céu. Quando cheguei lá precisou de fazer uns exames para ver se era certa para aquele lugar. Passei em todos, instalei-me muito bem e as estrelas daqui foram muito simpáticas e compreensivas comigo, por isso mesmo já estou cá há mais de mil anos. Tenho uma ideia, e se nós fizéssemos o que me fizeram? Eu poderia falar com a Lua e esta falava com o Rei dos Mares, tenho a certeza que ele irá compreender, e assim, podias vir viver aqui para cima.
- Tens razão! Era tudo o que eu mais queria. Obrigada estrela-do-céu, espero que em breve estejamos juntas aí no alto!
E assim foi. A estrela-do-mar está agora lá no céu. É tudo o que sempre desejou.



Sara Viana, nº 28, 7ºF

"Estrelas"

Era uma vez duas estrelas, a Ginja e a Zu.
Eram as duas muito amigas, mas havia uma grande diferença entre as duas:
Ginja era uma estrela-do-mar e Zu uma estrela do céu e nenhuma delas estava contente com a sua condição.
Costumavam encontrar-se de noite, quando havia menos ondas e a água estava menos turva. Claro que estava mais escuro mas isso não era problema pois a Zu iluminava o céu e o mar.
E então falavam, falavam, e falavam… E falavam de quê?
Pois então, falavam da sua infelicidade!
- Que aborrecida que estou! – Revelava Ginja.
- E porque estás assim? – Perguntava Zu, intrigada.
- Sempre os mesmos peixes, sempre as mesmas algas verdes, sempre os mesmos tubarões, sempre as mesmas baleias, que devoram milhares de camarões de uma só vez…
Zu fez um esgar de surpresa e disse:
- Sempre estás melhor do que eu!
- Ai sim? Então porquê?
- Aqui nunca se faz nada, sempre os mesmos astros, as mesmas luas e as mesmas estrelas... Só há alguma animação quando uma das velhas estrelas explode, mas também isso é efémero: um sonoro “poc” e um pequeno espectáculo de luz e cor, mas é tudo.
E era disso que elas falavam, das suas frustrações.
Até que um dia Ginja trouxe uma novidade surpreendente:
- Ó amiga Zu, nem vais acreditar; ouvi o peixe-espada Virgolino a jurar a “barbatanas juntas” que vira um humano a pedir um desejo a uma estrela cadente, e que no momento seguinte este se realizou!
-Ginja, esta pode ser a solução para os nossos anseios!
Então elas esperaram, esperaram, esperaram, quase até desesperar, até que finalmente encontraram a estrela cadente que era a estrela mais bela que já tinham visto! Era quente e veloz como um raio e elas souberam imediatamente que se ela não realizasse o seu desejo nada o faria.
Foi então que Ginja pediu para ser uma estrela-do-mar e Zu pediu para ser uma estrela do céu.
E então fez-se magia, e os seus desejos realizaram-se.
Zu, a nova estrela do céu, deixou de sentir o frio das profundezas do oceano para arder feliz junto dos novos amigos.
Ginja, a recém-chegada estrela-do-mar gosta muito mais do frio e vive feliz nas imediações do Titanic. Adora a sua nova casa!
Continuam amigas e a trocar confidências:
- Sabes Ginja, há muito tempo que não me sentia assim tão bem…
- Eu também Zu, parece que nasci de novo.
Quando têm saudades fazem muitas perguntas sobre os seus antigos lares uma à outra. Tenho reparado que isso acontece cada vez mais frequentemente; palpita-me que dentro de pouco tempo vão estar as duas à procura de outra estrela cadente!

Valdo Nunes, nº 29, 7ºF

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A notícia (textos seleccionados) - 7ºF


Olá, 7ºF! Como prometido estão postados os textos seleccionados para a "notícia". Não são três mas cinco textos, com vista a dar oportunidade a mais alunos de participarem no concurso. Na próxima semana será divulgado o vencedor(a) do concurso.
Comenta os textos dos teus colegas e verifica se respeitam o que foi pedido no seguinte trabalho de casa:

Trabalho de casa:
Imagina a situação seguinte:




Um jornalista observa a chegada de uma nave espacial a Coimbra e relata os factos, em directo para uma rádio:
Um objecto acaba de pousar. Não há qualquer movimento…Um momento! Está a acontecer algo. Vou tentar ver mais de perto…Uma tampa abre-se e alguém desliza para fora. Alguém ou…algo. De facto, não tem aspecto humano. É esverdeado, baixo e parece ter três antenas no cimo. Acabou agora mesmo de descer. A multidão que aqui se encontra recua, assustada…Parece que alguém se aproxima. É o presidente da Câmara. Ah! Mas agora o ser estranho recua e volta a entrar nesta espécie de nave. Quais serão as suas intenções?
- No dia seguinte, os jornais publicaram a notícia deste acontecimento (respeitando a sua estrutura). Redige-a (respeitando a sua estrutura), não esquecendo o título. (Podes inventar alguns dados).


Parabéns aos seleccionados e obrigada a todos os alunos por participarem. O próximo texto pode ser o teu...só tens de trabalhar...
Aparecimento alienígena

Durante o dia de ontem várias pessoas testemunharam o aparecimento de um OVNI na cidade de Coimbra. Entre as testemunhas encontrava-se o Presidente da Câmara.
O objecto voador pousou na avenida principal da cidade, onde decorria a campanha eleitoral do actual presidente. Dele saiu uma criatura verde e pequena, com três antenas no cimo da cabeça. Este incidente decorreu durante a manhã mas há testemunhas que afirmam tê-lo visto em outros pontos da cidade durante a tarde.
Sobre o ocorrido apenas se sabe que o ser se aproximou das pessoas, estas recuaram, o presidente avançou em direcção a ele mas este voltou para o OVNI e desapareceu.
Não se sabe o “como” nem o “porquê” deste acontecimento. As intenções desta criatura são desconhecidas.

José Luís Martins, nº 19, 7º F
Disco voador pousa em Coimbra

Na segunda-feira passada, um objecto voador não identificado pousou em Coimbra, perto da Universidade de Direito.
Após uma abertura na nave ter sido identificada, um ser com aspecto esverdeado, não humano, baixo e com três antenas no cimo, desceu com objectivos desconhecidos. Todos reagiram, recuando assustados, mas alguém teve coragem para avançar. Esse alguém foi o Presidente da Câmara, que se sentiu responsável pela segurança da multidão. O ser recuou e voltou novamente para a nave. A nave partiu, deixando um objecto viscoso no chão. Serão feitas investigações para identificar a sua origem.

Joana Flores, nº 18, 7º F
Nave espacial aterra em Coimbra

Ontem, um objecto voador não identificado aterrou no centro da cidade de Coimbra. As pessoas comentavam o facto repentino e bastante inesperado.
De repente, abriu-se uma tampa da nave espacial e de lá saiu uma criatura que parecia ser de outro planeta. Era esverdeado, baixo e tinha três antenas na cabeça.
Toda a multidão recuou, assustada. Do meio de mais de dois milhares de pessoas, chegou-se à frente o Sr. Presidente da Câmara.
Todavia, nesse momento, a criatura estranha recuou e regressou à sua nave.
São desconhecidas as intenções do ser tão estranho e a sua proveniência.

Catarina Neves, nº 7, 7ºF
OVNI pode escolheu Coimbra para aterrar

A população de Coimbra afirma ter avistado uma nave espacial. Foi mesmo no centro da cidade, por volta das 19 horas. A razão pela qual a nave escolheu a cidade de Coimbra para aterrar é completamente desconhecida. Pensa-se que foi porque é acolhedora e sem grande agitação.
Mais pessoas de todo o país dizem ter visto esse mesmo OVNI. Pessoas do Norte, do Centro, do Sul e até algumas de Espanha.
O OVNI era grande, com cerca de 5 metros de raio. As pessoas que o viram dizem que tinha luzes bastante fortes e andava à roda muito perto da zona urbana, entre as casas e os prédios.
Pede-se a toda a população que, se o avistar, avise a polícia, filme ou tire fotografias, de forma a que se possa realmente identificar o tão falado objecto voador.

Carolina Esteves, nº 6, 7º F

A notícia (textos seleccionados) - 7ºF

Multidão assustada em Coimbra: um ser estranho aterra em Coimbra na noite passada

Na noite passada, um objecto estranho, como uma nave espacial, pousou em Coimbra. A nave não parecia ter nenhum movimento mas, passado algum tempo, abriu-se uma tampa e algo deslizou para fora da nave.
Estranho foi que não conseguiram identificar o ser que deslizava da nave porque tinha um tom de pele verde e era baixo. Mais estranho ainda é que tinha três antenas na cabeça. As pessoas que estavam a ver tudo ficaram muito assustadas. De repente, alguém se aproximou: era o Presidente da Câmara, mas a espécie desconhecida, assustada, recuou de imediato para dentro da nave e levantou voo.
Ficamos sem saber quais seriam as intenções do ser estranho.
A verdade é que andam a acontecer coisas estranhas em Coimbra.

Ana Sofia Soares, nº 4, 7ºF