quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O que significa o Natal para mim!

Durante o mês de Dezembro, já se vêem as árvores despidas com as suas folhas vermelhas, amarelas e castanhas no chão. Em algumas cidades já neva, acendemos a lareira para não sentirmos o frio de lá de fora. A iluminação não é igual à dos outros meses, tem qualquer coisa de diferente; acho que são as cores: o vermelho, a cor do amor; o branco, não sei, penso que será da neve, da paz, da calma, da ordem e da limpeza mas talvez não… Pode ser uma simples junção das cores.
Nesta época recebemos mensagens, postais e e-mails a dizer: “Feliz Natal”. As senhoras das lojas onde vamos comprar os presentes, os amigos e os vizinhos desejam-nos “Feliz Natal”. Nunca entendi o que é que as pessoas querem dizer com isso. Será que o Natal é comer bacalhau, polvo, rabanadas e aletria? Se fosse isso as pessoas poderiam dizer “Come bem”, mas isso não seria justo, as pessoas que não tivessem essas coisas todas não iriam celebrar o Natal!
Acho que para as crianças o Natal é receber presentes, mas será que elas têm razão? Se assim pensássemos, poderíamos dizer “Recebe muitos presentes” ou então “Espero que gostes dos presentes que recebas”, mas assim fosse, era como se tivéssemos um segundo aniversário. Para mim não teria sentido apagar as velas duas vezes no ano, porque para mim, o meu aniversário não era especial como é.
Acho que, o que quer dizer mesmo o Natal é ter uma boa companhia e passarmos esse dia especial com as pessoas que gostamos. Se é mesmo isso o que queremos dizer, “Feliz Natal”, significa “passa este dia especial com a tua família” e “está com as pessoas que mais gostas “.
Se juntarmos isto tudo que referi, acho que teríamos um bom Natal com as pessoas da nossa família. Fá-lo e agradece a Deus a sorte tens em ter um Natal maravilhoso com a tua família e não te esqueças de mandar mensagens para os teus amigos a desejar que tenham a mesma sorte que tu no Natal!

Rita Inês Martins Rodrigues, 7ºF, nº 27

O significado do Natal

O Natal é a altura do ano em que o sentimento da união reina, não pelas reuniões familiares durante as festividades mas pela necessidade de entreajuda e pelo espírito de solidariedade.
O Natal significa muito mais do que simples presentes, grandes festas e férias. O Natal é simplicidade e humildade, é uma época em que as pessoas se dispõem mais a ajudar os outros e a abraçar causas nobres como apoiar, de todas as maneiras, os carenciados ou oferecer voluntariado às instituições de solidariedade.
Natal, como a própria palavra indica, significa “Nascimento”, mais especificamente o Nascimento de Jesus Cristo, filho de Deus, que segundo a Bíblia e o Cristianismo, é o Salvador do mundo. Esse nascimento simboliza para nós como que uma oportunidade de nascermos novamente e assim podermos corrigir todos os erros e pecados que tenhamos cometido. Este tempo não é só de festa e de convívio mas também de meditação e reflexão pois é necessária a prática da nossa fé e a análise das nossas acções.
Durante este tempo somos tentados e atraídos pelos bens materiais e esquecemo-nos de entrar em contacto com Deus e com os outros, para que isso não aconteça devemo-nos guiar pela Palavra de Deus e pela nossa consciência, que nos manda pensar mais no “próximo” do que em “nós” mesmos.
A Paz e o Amor são as características únicas desta época pois são elas que permitem que as pessoas não se “fechem” para si mesmas mas que se “abram” para com os outros.
A maior felicidade que podemos ter é fazer alguém feliz porque Natal é viver para os outros.

José Luís Antunes Martins, 7ºF, nº19

O que é o Natal?

Estamos em Dezembro e com ele chega o Natal. Mas afinal o que é o Natal?
Para mim, o Natal tem vários significados. O Natal é uma época de luz, alegria, amor, solidariedade e felicidade.
Nesta época, as pessoas estão mais disponíveis para dar, ajudando assim os mais necessitados. É também no Natal que as famílias se reúnem para festejar em conjunto. As pessoas que vivem e trabalham longe, normalmente vão passar o Natal à sua terra natal, encontrando familiares e amigos que por vezes só se vêem nesta altura do ano.
Festeja-se o Natal à volta da mesa e da lareira, porque é Inverno e faz muito frio.
Comem-se diversos pratos típicos como o bacalhau, o peru, o polvo cozido, entre outros. Na mesa de Natal abundam doces, frutos, frutos secos e iguarias variadas: bolo-rei, pão-de-ló, rabanadas, mexido, aletria, filhoses, pinhões, nozes, ananás e muitos outros.
Depois existe o Natal das crianças. Estas ficam muito felizes e ansiosas, pois estão sempre a perguntar aos pais: “Quando é Natal?” ou “Falta muito para o Natal?”. Adoram o Pai Natal e de participar na montagem da famosa árvore de Natal, com as suas luzes, bolas coloridas, enfeites e uma estrela lá no cimo.
A ansiedade dos mais pequenos só termina na noite de Natal, quando o Pai Natal lhes traz os presentes pedidos.
O Natal é também importante para os cristãos porque celebram o nascimento de Jesus. Foi nesse dia à cerca de dois mil anos, que Jesus Cristo nasceu para nos salvar.
Natal, na essência cristã, significa “Deus-connosco”.
Por tudo isto, o Natal é para mim muito especial. Conto os dias quando se aproxima e adoro o Natal. Estou com toda a família reunida e festejamos com alegria e felicidade esta linda época do ano que se chama Natal.
O Natal deveria ser todo o ano. Viva o Natal!

Luís Gonçalo Epifânio Pereira, 7ºF, nº21

Textos de Dezembro: "O que significa para ti o Natal?"

Finalmente, e como prometido, postamos os textos de Dezembro.
Como diz o velho ditado "mais vale tarde do que nunca".
Leiam os trabalhos dos vossos colegas e comentem, o próximo a estar aqui pode ser o teu, só tens de trabalhar para isso...
Bom trabalho!

A verdade histórica/ Verdade lírica no episódio "Inês de Castro"


Marcas do lirismo no episódio "Inês de Castro"

Apesar de o episódio narrar factos da História de Portugal o tema abordado é o Amor. O poeta quer, assim, manifestar as suas emoções perante o ocorrido e há várias expressões que documentam os seus sentimentos.
Por exemplo:

1. “Tu, só tu, puro Amor, com força crua, (…) / Deste causa à molesta morte sua” (estrofe 119) – o poeta apresenta aquele que considera o verdadeiro culpado da morte de Inês, o Amor;

2. A pretexto da morte de Inês, o poeta aproveita para realçar as doçuras e os sacrifícios do amor
a) “Aos montes insinando e às ervinhas / O nome que no peito escrito tinhas.” (estrofe 120);
b) “Do teu Príncipe ali te respondiam / As lembranças que na alma lhe moravam” (estrofe 121);
c) “Que tudo, enfim, tu, puro Amor, desprezas / Quando um gesto suave te sujeita” (estrofe 122);

3. “Crendo co sangue só da morte indina / Matar do firme amor o fogo aceso” (estrofe 123) – pretende-se evidenciar a intensidade e pureza do amor que unia Pedro e Inês;

4. “Que furor consentiu que a espada fina, (…) fosse alevantada / Contra ua fraca dama, ó peitos carniceiros, / Feros vos amostrais e cavaleiros?” (estrofe 130) - o poeta manifesta a sua indignação perante a crueldade destes homens que usam a força contra uma mulher indefesa;

5. “ No colo de alabastro, que sustinha / As obras com que Amor matou de amores / Aquele que despois a fez Rainha” (estrofe 132), “O nome do seu Pedro, que lhe ouviste, / Por muito grande espaço repetistes.” (estrofe 133), “Vede que fresca fonte rega as flores, / Que lágrimas são a água e o nome Amores!” (estrofe 135) - manifesta-se a admiração por um amor tão intenso que nem a morte consegue vencer ou apagar da memória colectiva).

Qual a função do episódio de “Inês de Castro” na narrativa?

Até então, os portugueses tinham sido descritos como uns heróis e apenas se tinham cantado os seus feitos gloriosos. Vasco da Gama, ao contar este caso “triste e dino de memória” mostra outro lado, não tão glorioso, dos portugueses.
Ao iniciar o seu discurso, Vasco da Gama, afirma que contará apenas a verdade, devido a esse argumento e como prova que conta toda a verdade, surge a narração deste episódio. A imagem dos portugueses depois dele não é a das melhores - fala-se da crueldade do rei e dos seus conselheiros contra uma dama indefesa. No entanto, saliente-se que, mesmo este triste episódio prova, apesar de tudo, a grandeza do nosso povo porque a figura do rei, D. Afonso IV, é a de alguém que, acima de tudo, preza o seu povo e a sua Pátria, valores que colocou à frente do interesse pessoal do seu próprio filho.
Assim sendo, uma das funções do episódio em estudo é a de conferir verdade à obra. Além disso, ele também confere variedade à epopeia porque é um episódio lírico.

• Qual a função do episódio de “Inês de Castro” na narrativa?

Até então, os portugueses tinham sido descritos como uns heróis e apenas se tinham cantado os seus feitos gloriosos. Vasco da Gama, ao contar este caso “triste e dino de memória” mostra outro lado, não tão glorioso, dos portugueses.
Ao iniciar o seu discurso, Vasco da Gama, afirma que contará apenas a verdade, devido a esse argumento e como prova que conta toda a verdade, surge a narração deste episódio. A imagem dos portugueses depois dele não é a das melhores - fala-se da crueldade do rei e dos seus conselheiros contra uma dama indefesa. No entanto, saliente-se que, mesmo este triste episódio prova, apesar de tudo, a grandeza do nosso povo porque a figura do rei, D. Afonso IV, é a de alguém que, acima de tudo, preza o seu povo e a sua Pátria, valores que colocou à frente do interesse pessoal do seu próprio filho.
Assim sendo, uma das funções do episódio em estudo é a de conferir verdade à obra. Além disso, ele também confere variedade à epopeia porque é um episódio lírico.

• Qual a função do episódio de “Inês de Castro” na narrativa?

Até então, os portugueses tinham sido descritos como uns heróis e apenas se tinham cantado os seus feitos gloriosos. Vasco da Gama, ao contar este caso “triste e dino de memória” mostra outro lado, não tão glorioso, dos portugueses.
Ao iniciar o seu discurso, Vasco da Gama, afirma que contará apenas a verdade, devido a esse argumento e como prova que conta toda a verdade, surge a narração deste episódio. A imagem dos portugueses depois dele não é a das melhores - fala-se da crueldade do rei e dos seus conselheiros contra uma dama indefesa. No entanto, saliente-se que, mesmo este triste episódio prova, apesar de tudo, a grandeza do nosso povo porque a figura do rei, D. Afonso IV, é a de alguém que, acima de tudo, preza o seu povo e a sua Pátria, valores que colocou à frente do interesse pessoal do seu próprio filho.
Assim sendo, uma das funções do episódio em estudo é a de conferir verdade à obra. Além disso, ele também confere variedade à epopeia porque é um episódio lírico.

Ficha- síntese do episódio "Inês de Castro" (9ºB)

Episódio “Inês de Castro” (estrofes 118 à 135)

Completa os espaços em branco tendo em conta as ideias chave do episódio e usando versos e / ou expressões textuais de forma a obteres um texto coerente.

Introdução (estrofes 118 e 119)

· Vasco da Gama anuncia que a história que se segue, na narração, era “ O caso triste e dino da memória” (v. 5, estrofe 118), cujo responsável é somente o Amor: “Tu, só tu, puro Amor, com força crua” (verso que apresenta o amor personificado) / “Deste causa à molesta morte sua” (vv.1 e 3, estrofe 119).

Desenvolvimento (estrofes 120 a 132)

Situação inicial (estrofe 120, 121 e 122-até ao v.4)

· As estrofes 120, 121 e 122 (até ao v.4) apresentam um quadro de tranquilidade e de alegria inicial e introduzem a personagem principal; Inês de Castro é caracterizada como “linda Inês” (v. 1, estrofe 120), recordando os bons momentos, as “memórias de alegria”, que passara com o seu príncipe. No entanto, na estrofe 120 – “Naquele engano da alma, ledo e cego, / Que a fortuna não deixa durar muito”(vv. 3 e 4) – é já anunciada uma certa atmosfera de fatalidade.

Peripécias (122-vv5 a 8, 123 a129)

· No v.6 da estrofe 122, é indicado o oponente ao amor de Pedro e Inês, o rei D. Afonso IV, caracterizado como “O velho pai sesudo” (v. 6) que “Tirar Inês ao mundo determina” (v. 1, estrofe 123), ou seja, condena Inês à morte (estrofe 123). O poeta usa o eufemismo para referir a sentença do rei.

·A estrofe 124 mostra já o dia fatal em que a sentença é executada. D. Inês é levada à presença do rei, que por ela sente piedade. Salienta-se a adjectivação anteposta dos homens que vão executar Inês, “horríficos algozes” (v. 1) realçando a sua falta de escrúpulos e de piedade, em oposição ao rei.

· Diante do rei, D. Inês, rodeada pelos seus filhos, profere um discurso em que apela à sua piedade e suplica-lhe que não a mate (estrofes 125 a 129); Inês não pede apenas que o rei seja justo, mas implora-lhe misericórdia: “A morte sabes dar com fogo e ferro, / Sabe também dar vida, com clemência” (vv. 2 e 3, estrofe 128). Repara também na oposição entre as ideias de morte e de vida: estamos perante uma antítese que pretende salientar o poder do rei.

·Inês lança mão dos argumentos que entende mais convenientes para demover o rei do seu intuito de a mandar executar: a compaixão das “brutas feras” e das “aves agrestes” pelas crianças em contraste com a crueldade dos homens (vv. 1 a 6, estrofe 126); a sua inocência (v. 8, estrofe 127 e vv. 4 e 5, estrofe 128); o exílio como alternativa à morte (vv. 6 e 7, estrofe 128).

Ponto culminante (estrofe 130 a 132)

· No discurso que profere, Inês de Castro revela enorme coragem, o que contrasta com a fragilidade inicialmente apresentada, de tal modo que, depois de a ouvir, o rei vacila na sua decisão e quer “perdoar-lhe” (v. 1, estrofe130), no entanto, “o pertinaz povo e seu destino” (v. 3, estrofe 130) não o permitiram e Inês será executada.

·Inês de Castro é morta pelos “brutos matadores” (v. 1, estrofe 132) (mais uma vez a anteposição do adjectivo a caracterizar os carrascos).

Conclusão (estrofes 133 a 135)

· Nas estrofes 133 a 135, o narrador tece alguns comentários ao assassínio cometido, realçando a referência à Natureza personificada (vv. 5 a 8 , estrofe 133) , que participa deste sofrimento e reflectindo sobre a morte de Inês que, agora, contrariamente à caracterização inicial, nos é descrita como sendo uma “pálida donzela” (v. 6, estrofe 134).
No final, alude-se à mítica Fonte dos Amores (vv. 7 e 8 da estrofe 135): “vede que fresca fonte rega as flores, / Que lágrimas são a água e o nome Amores”.

Marcas que dizem respeito à caracterização do rei D. Afonso IV:

· “Passada esta tão próspera vitória, / Tornado Afonso à Lusitana terra “ (vv. 1 e 2, estrofe 118) - D. Afonso é caracterizado indirectamente como bom, generoso e magnânimo por ter ajudado a filha, D. Maria, na batalha do Salado.

·“O velho pai sesudo .../ ... que respeita /O murmurar do povo” (vv. 6 e 7, estrofe 122); caracterização física (directa) e psicológica (directa e indirecta).

. “Ante o Rei, já movido a piedade” (v. 2, estrofe 124) – caracterização psicológica (directa)

· “avô cruel” (v. 8, estrofe 125) – caracterização psicológica directa;

· “Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito” (v. 1, estrofe 127) – Inês ironiza, caracterizando o rei como desumano;

· “A morte sabes dar com fogo e ferro” (v. 2, estrofe 128) – Inês caracteriza o rei como um bravo cavaleiro cristão.

· “Rei benino” (v. 1, estrofe 130) – caracterização psicológica directa;

Correcção da ficha da aula de dia 16 de Janeiro (9ºB)

1- Analisa sintacticamente os elementos da frase:

a) Os que apregoam tal feito por bom. (estrofe 130)
Sujeito: Os que
Predicado: apregoam tal feito por bom
Complemento directo: tal feito
Nome predicativo do complemento directo: por bom
Pronominalização: os que o apregoam por bom

b) D. Pedro castigou os brutos matadores de D. Inês.
Sujeito: D. Pedro
Predicado: Castigou os brutos matadores de D. Inês
Complemento directo: os brutos matadores de D. Inês
Atributo: brutos
Complemento determinativo: de D. Inês
Pronominalização: D. Pedro castigou-os.


c) O povo julgou D. Pedro e D. Inês adúlteros.
Sujeito: o povo
Predicado: julgou D. Pedro e D. Inês adúlteros
Complemento directo: D. Pedro e D. Inês
Nome predicativo do complemento directo: adúlteros
Pronominalização: O povo julgou-os adúlteros.


d) O poeta considera D. Afonso cruel.
Sujeito: O poeta
Predicado: considera D. Afonso cruel
Complemento directo: D. Afonso
Nome predicativo do complemento directo: cruel
Pronominalização: O poeta considera-o cruel


e) A corte de D. Afonso achou a morte de D. Inês justa.
Sujeito: A corte de D. Afonso
Predicado: achou a morte de D. Inês justa
Complemento directo: a morte de D. Inês
Nome predicativo do complemento directo: justa
Complementos determinativos: de D. Afonso / de D. Inês
Pronominalização: A corte de D. Afonso achou-a justa


f) D. Pedro aclamou a formosa Inês rainha.
Sujeito: D. Pedro
Predicado: aclamou a formosa Inês rainha
Complemento directo: aclamou a formosa Inês
Atributo: formosa
Nome predicativo do complemento directo: rainha
Pronominalização: D. Pedro aclamou-a rainha.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

"OS LUSÍADAS" de Luís de Camões ilustrados por Carlos Alberto Santos (9ºano)

Clica na imagem para acederes ao site para ver as ilustrações de Carlos Alberto Santos:

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Origem do nome Joana:

Joana, f. Frequente, por vezes ainda escrito Joahanna (Tel., s.v. Lima, Pires, etc.). Do Lat. bíblico Joanna, feminino de Joa(h)annes; em S. Lucas, VIII, 3; XXIV, 10; o seu uso foi reforçado pelo facto de também poder funcionar como feminino de Joane (ver João1). Século XIII: “Iohana, dix eu, Sancha e Maria…”, Pêro Garcia Burgalês, no C.B.N. , nº [96]; ver também n.os [197], [198], [1655]. Por vezes aparece em compostos, como Joana Princesa de Portugal, no Maranhão (Brasil), por ter nascido a 12-VI, dia da festa litúrgica de Santa de Aveiro e Joana D’Arc, “moça solteira”, em 1608 (Anais-Faro, IX,p.131, também usado no Brasil;) reapareceu no D.N. de 6-V-1981, p.17 (natural de Loulé).

MACHADO, José Pedro, in Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, Editorial Confluência E/M volume II.


Joana significa "Deus é cheio de bençãos".

domingo, 4 de janeiro de 2009

Enunciado e correcção do teste do 9ºB (Dezembro)

Grupo I
Texto A
Na clareira, em frente à moita que encobria o tesouro (e que os três tinham desbastado a cutiladas) um fio de água brotando entre rochas caía sobre uma vasta laje escavada, onde fazia como um tanque, claro e quieto, antes de se escoar para as relvas altas. E ao lado, na sombra de uma faia, jazia um velho pilar de granito, tombado e musgoso. Ali vieram sentar-se Rui e Rostabal, com os seus tremendos espadões entre os joelhos. As duas éguas retouçavam a boa erva pintalgada de papoulas e botões-de-ouro. Pela ramaria andava um melro a assobiar. Um cheiro errante de violetas adoçava o ar luminoso. E Rostabal, olhando o Sol, bocejava com fome.
Então Rui, que tirara o sombrero e lhe cofiava as velhas plumas roxas, começou a considerar, na sua fala avisada e mansa, que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de Roquelanes. E assim era a sorte ruim! Pois que se Guanes tivesse quedado em Medranhos, só eles dois teriam descoberto o cofre, e só entre eles dois se dividiria o ouro! Grande pena! Tanto mais que a parte de Guanes seria em breve dissipada, com rufiões, aos dados, pelas tavernas.
 Ah! Rostabal, Rostabal! Se Guanes, passando aqui sozinho, tivesse achado este ouro, não dividia connosco, Rostabal!
O outro rosnou surdamente e com furor, dando um puxão às barbas negras:
 Não, mil raios! Guanes é sôfrego… Quando o ano passado, se te lembras, ganhou os cem ducados ao espadeiro de Fresno, nem me quis emprestar três para eu comprar um gibão novo!
 Vês tu?  gritou Rui, resplandecendo.
Ambos se tinham erguido do pilar de granito, como levados pela mesma ideia, que os deslumbrava. E, através das suas largas passadas, as ervas altas silvavam.
 E para quê?  prosseguia Rui.  Para que lhe serve todo o ouro que nos leva? Tu não o ouves, de noite, como tosse? Ao redor da palha em que dorme, todo o chão está negro do sangue que escarra! Não dura até às outras neves, Rostabal! Mas até lá terá dissipado os bons dobrões que deviam ser nossos, para levantarmos a nossa cara, e para tu teres ginetes, e armas, e trajes nobres, e o teu berço de solarengos, como compete a quem é, como tu, o mais velho dos de Medranhos…
 Pois que morra, e morra hoje! – bradou Rostabal.
 Queres?
Vivamente, Rui agarrara o braço do irmão e apontava para a vereda de olmos, por onde Guanes partira cantando:
 Logo adiante, ao fim do trilho, há um sítio bom, nos silvados. E hás-de ser tu, Rostabal, que és o mais forte e o mais destro. Um golpe de ponta pelas costas. E é justiça de Deus que sejas tu, que muitas vezes, nas tavernas, sem pudor, Guanes te tratava de “cerdo” e “torpe”, por não saberes a letra nem os números.
 Malvado!

Eça de Queirós, “O Tesouro”


Vocabulário
cutiladas – golpes de cutelo (instrumento cortante); quedar – ficar quedo; parar;
ducado – moeda de ouro: faia – pequena árvore;
gibão – casaco curto; retouçar – pastar;
cofiar – alisar com a mão (a barba ou o cabelo); ginetes – cavalos pequenos, de boa raça.



1. Recorrendo ao conhecimento que tens da obra, refere a situação inicial do conto.

1.1. Indica o acontecimento que alterou a rotina dos três irmãos.

2. Ao contrário da situação que nos é apresentada no início do conto, agora, no presente excerto, os protagonistas são apenas dois. Identifica-os.

2.1. Recordando a obra na íntegra, aponta os motivos que levaram à ausência do outro irmão.

3. No presente excerto, os dois irmãos falam sobre o irmão ausente. Como o caracterizam?

3.1. “Ambos se tinham erguido do pilar de granito, como levados pela mesma ideia, que os deslumbrava.” Qual a ideia a que se refere o texto? Justifica.

4. A partir dos elementos que este texto apresenta, traça o retrato psicológico das duas personagens nele presentes.

5. No parágrafo inicial do excerto predomina a descrição. Justifica esta afirmação.

5.1. Refere dois recursos estilísticos nele presentes e demonstra a sua expressividade.

6. Explica o uso do verbo e do advérbio, destacando a sua expressividade, no exemplo seguinte:
a) “O outro rosnou surdamente e com furor..”;

7. Explica o sentido das expressões:
a) “..na sua fala avisada e mansa...”
b) “Não dura até às outras neves, Rostabal!”
c) “...por não saberes as letras nem os números.”

8. O discurso indirecto livre é uma marca do discurso queirosiano. Transcreve marcas do seu uso.


Texto B
Proposição
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram,
Novo reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando:
- Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

Luís de Camões, Os Lusíadas

1. Lê atentamente o texto acima transcrito.
1.1. Quando alguém deseja empreender uma viagem, ou tomar uma decisão importante, costuma começar pela definição de um plano organizador em que define (explicitamente ou não) aquilo que se propõe fazer.
A definição nos dicionários é a seguinte:

Proposição, s. f. acto ou efeito de propor; expressão do juízo; enunciado verbal susceptível de ser declarado verdadeiro ou não; oração gramatical; primeira parte de um discurso ou de um poema onde se expõe o assunto que se vai tratar.
Dicionário de Língua Portuguesa, Porto Editora

1.1.1. Com o objectivo de redigires um texto cuidado, atenta nas sugestões que seguidamente te são dadas, sob a forma de perguntas:

a) Qual dos significados apresentados te parece mais ajustado ao Texto C?
b) Por que razão as epopeias clássicas se iniciam com uma “proposição”?
c) Que se pretende afinal, com uma “proposição”?
d) No caso de Os Lusíadas, Camões terá respeitado esse “costume” clássico. Em que medida o conseguiu? Justifica a tua opinião.

Extensão: de 80 a 100 palavras



Grupo II

1. Divide e classifica as orações nas frases:

a) “...até lá terá dissipado os bons dobrões que deviam ser nossos...”;
b) “Se Guanes (...) tivesse achado este ouro, não dividia connosco, Rostabal!”

c) “Rui (…) começou a considerar (…) que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de Roquelanes.”

2. Passa para o discurso indirecto o seguinte excerto:

“ Não, mil raios! Guanes é sôfrego… Quando o ano passado, se te lembras, ganhou os cem ducados ao espadeiro de Fresno, nem me quis emprestar três para eu comprar um gibão novo!”

3. Identifica a função sintáctica desempenhada pelas expressões sublinhadas:
a)”E ao lado, na sombra de uma faia, jazia um velho pilar de granito, tombado e musgoso.
b) “Se Guanes, passando aqui sozinho, tivesse achado este ouro, não dividia connosco, Rostabal!”

Grupo III

Escolhe uma das opções seguintes:

Tema A
Num texto cuidado, redige a continuação da narrativa a partir da frase final da obra: “E o tesouro ainda lá está, na mata de Roquelanes.”

Tema B
Pensas que o dinheiro modifica o carácter e o comportamento das pessoas? Escreve um texto de opinião, em que defendas os teus pontos de vista sobre este assunto.

Extensão: de 180 a 280 palavras

Bom trabalho!
A professora: Aurora Gomes
Nov/08


CORRECÇÃO
I
Texto A
1. A situação inicial do conto remete o leitor para a existência miserável dos três irmão de Medranhos, fidalgos arruinados do reino das Astúrias.

1.1. O acontecimento que alterou a rotina dos três irmãos foi a descoberta casual de um tesouro quando andavam na mata de Roquelanes à procura de caça e de cogumelos.

2. No excerto, os protagonistas são Rui e Rostabal.

2.1. Os motivos que levaram à ausência do outro irmão foram o facto de Guanes ser o mais leve dos três e, por esse motivo, ter sido incumbido por Rui de ir buscar, à vila de Retortilho, mantimentos para eles e para os animais e bolsas para carregar o tesouro.

3. Os dois irmãos caracterizam Guanes como sendo egoísta, jogador inveterado e perdulário; além disso, segundo Rui, ele estaria gravemente doente e teria pouco tempo de vida.

3.1. “Ambos se tinham erguido do pilar de granito, como levados pela mesma ideia, que os deslumbrava.” A frase do texto remete para a ideia de assassinar Guanes que surge como óbvia após a conversa entre Rui e Rostabal. Contudo, embora pareça que a ideia é de ambos, foi Rui quem convenceu Rostabal a desejar a morte do irmão.

4. Rui demonstra ser inteligente, persuasivo, manipulador, egoísta e violento; Rostabal parece ser pouco perspicaz, influenciável, algo ingénuo e violento.

5. No parágrafo inicial do excerto predomina a descrição porque este corresponde a um momento de pausa na acção dado que se estão a dar informações sobre o espaço em que os dois irmãos estão. Assim, predomina o uso de recursos expressivos, de adjectivos e nomes e formas verbais no pretérito imperfeito – “ (...) um fio de água brotando entre rochas caía sobre uma vasta laje escavada, onde fazia como um tanque, claro e quieto (...)” (adjectivação e comparação; nomes, adjectivos e formas verbais no imperfeito sublinhados).

6. “ (...) velho pilar de granito, tombado e musgoso.” – neste exemplo está presente a adjectivação múltipla que nos dá a ideia de uma natureza onde desde há muito não se sentia a presença humana; “Pela ramaria andava um melro a assobiar.” – aqui temos uma metáfora que nos remete para uma característica particular do canto dos melros; “Um cheiro errante de violetas adoçava o ar luminoso.” – neste exemplo aparece a sinestesia que evidencia a a beleza harmoniosa do local.

7. No exemplo dado, o uso combinando do verbo rosnar e do advébio surdamente indica que Rostabal falou em tom baixo mas violento.

8. A expressão “..na sua fala avisada e mansa...” indica que Rui estava a ser persuasivo, falando de modo calmo de modo a melhor convencer Rostabal.
Com “Não dura até às outras neves, Rostabal!” Rui pretendia dizer que Guanes tinha pouco mais de seis meses de vida.
A expressão “...por não saberes as letras nem os números.” indica-nos que Rostabal era analfabeto.

9. “E assim era a sorte ruim! Pois que se Guanes tivesse quedado em Medranhos, só eles dois teriam descoberto o cofre, e só entre eles dois se dividiria o ouro! Grande pena!”


Texto B
1.1.1.
A proposição é uma das partes obrigatórias da estrutura interna de uma epopeia que tem a função de apresentar o objectivo da obra.
N’Os Lusíadas, Camões respeita essa regra, desvendando o seu objectivo – elogiar, em verso, os feitos gloriosos do povo português. Para isso, ele apresenta o assunto e os heróis a tratar: os feitos dos navegadores e guerreiros, as façanhas dos reis e os heróis individuais que, pelas suas acções, se tornaram imortais.
Na proposição apresenta-se, assim, o valor do “peito ilustre Lusitano” que fará esquecer todos os heróis da Antiguidade. (92 palavras)
II
1. Divide e classifica as orações nas frases:
a) Oração subordinante: “...até lá terá dissipado os bons dobrões...”;
Oração subordinada relativa restritiva: “... que deviam ser nossos...”.
d) Oração subordinante: “... não dividia connosco, Rostabal!”;
Oração subordinada condicional: “Se Guanes (...) tivesse achado este ouro...”.

c) Oração subordinante: “Rui (…) começou a considerar (…);
Oração subordinada completiva: “... que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de
Roquelanes.”

2. Rostabal exclamou, praguejando, que Guanes era sôfrego e lembrou Rui que, quando no ano anterior ganhara (OU tinha ganhado) cem ducados ao espadeiro de Fresno, nem lhe quisera (OU tinha querido) emprestar três para ele comprar um gibão novo.

3. a)”E ao lado, na sombra de uma faia, jazia um velho pilar de granito, tombado e musgoso. – os adjectivos desempenha, a função sintáctica de atributo.
b) “Se Guanes, passando aqui sozinho, tivesse achado este ouro, não dividia connosco, Rostabal!” – as expressões sublihadas desempenham, respectivamente, as funções sintácticas de complemento directo e de vocativo.

Grupo III


Tema A
Obedecer ao tema (respeitando as informações do texto original e não criando situações incoerentes) e ao tipo de texto propostos, apresentando um texto com introdução, desenvolvimento e conclusão, respeitando as características do texto narrativo, demarcando claramente os parágrafos, usando a terceira pessoa do singular, vocabulário adequado ao tema, apresentando clareza e correcção sintáctica e ortográfica e respeitando o limite de palavras.

Tema B
Obedecer ao tema e ao tipo de texto propostos, apresentando um texto com introdução, desenvolvimento e conclusão, demarcando claramente os parágrafos, usando a primeira pessoa, vocabulário adequado ao tema e expressões que denotem opinião (exs.: “na minha opinião...”; “penso que...”; “acho que...”; “considero que...”; “a meu ver...”; “do meu ponto de vista...”), apresentando clareza e correcção sintáctica e ortográfica e respeitando o limite de palavras.

Enunciado e correcção do teste do 9ºE (Dezembro)

I

Texto A
Agora eram dele, só dele, as três chaves do cofre!... E Rui, alargando os braços, respirou deliciosamente. Mal a noite descesse, com o ouro metido nos alforges, guiando a fila das éguas pelos trilhos da serra, subiria a Medranhos e enterraria na adega o seu tesouro! E quando ali na fonte, e além rente aos silvados, só restassem, sob as neves de Dezembro, alguns ossos sem nome, ele seria o magnífico senhor de Medranhos, e na capela nova do solar renascido mandaria dizer missas ricas pelos seus dois irmãos mortos… Mortos como? Como devem morrer os de Medranhos – a pelejar contra o Turco!
Abriu as três fechaduras, apanhou um punhado de dobrões, que fez retinir sobre as pedras. Que puro ouro, de fino quilate! E era o seu ouro! Depois foi examinar a capacidade dos alforges – e encontrando as duas garrafas de vinho, e um gordo capão assado, sentiu uma imensa fome. Desde a véspera só comera uma lasca de peixe seco. E há quanto tempo não provava capão.
Com que delícia se sentou na relva, com as pernas abertas, e entre elas a ave loura, que rescendia, e o vinho cor de âmbar! Ah! Guanes fora bom mordomo – nem esquecera azeitonas. Mas porque trouxera ele, para três convivas, só duas garrafas? Rasgou uma asa do capão: devorava a grandes dentadas. A tarde descia, pensativa e doce, com nuvenzinhas cor-de-rosa. Para além, na vereda, um bando de corvos grasnava. As éguas fartas dormitavam, com o focinho pendido. E a fonte cantava, lavando o morto.
Rui ergueu à luz a garrafa de vinho. Com aquela cor velha e quente, não teria custado menos de três maravedis. E pondo o gargalo à boca, bebeu em sorvos lentos, que lhe faziam ondular o pescoço peludo. Oh vinho bendito que tão prontamente aquecia o sangue! Atirou a garrafa vazia – destapou outra. Mas como era avisado, não bebeu, porque a jornada para a serra, com o tesouro, requeria firmeza e acerto, Estendido sobre o cotovelo, descansando, pensava em Medranhos coberto de telha nova, nas altas chamas da lareira, por noites de neve, e o seu leito com brocados, onde teria sempre mulheres.
De repente, tomado de uma ansiedade, teve pressa de carregar os alforges. Já entre os troncos a sombra se adensava. Puxou uma das éguas para junto do cofre, ergueu a tampa, tomou um punhado de ouro… Mas oscilou, largando os dobrões, que retilintaram no chão, e levou as duas mãos aflitas ao peito. Que é, D. Rui? Raios de Deus! Era um lume vivo, que se lhe acendera dentro, lhe subia até às goelas. Já rasgara o gibão, atirava passos incertos, e, a arquejar, com a língua pendente, limpava as grossas bagas de um suor horrendo que o regelava como neve. Oh Virgem Mãe! Outra vez o lume, mais forte, que alastrava, o roía! Gritou:
- Socorro! Alguém! Guanes! Rostabal!
Eça de Queirós, “ O Tesouro” in Contos
Vocabulário
pelejar – batalhar; lutar.
capão - galo castrado.
rescendir – exalar um cheiro agradável.
âmbar – resina fóssil de cor amarela.
maravedi – antiga moeda portuguesa e castelhana.
sorvo – gole; trago.
brocado – tecido de seda com motivos em relevo.


1. Relê o parágrafo inicial. Partindo da informação nele contida, apresenta dois adjectivos que possam caracterizar Rui psicologicamente. Justifica.

2. Localiza a acção no tempo e no espaço. Justifica, recorrendo ao texto.

3. Retira do texto uma marca de tempo histórico. Explica-a.

4. Desde o início do conto que o narrador refere que Rui é “avisado”. Explica por que motivo essa característica é citada, novamente, neste excerto.

5. Explica, do ponto de vista simbólico, as referências aos corvos, no parágrafo quatro.

6. A parte III do conto (a que pertence o excerto do teste) permite revelar claramente a personalidade de Guanes. Porquê?

7. Relê os parágrafos três e quatro. Transcreve exemplos do uso de uma metáfora e de uma sinestesia, explicando o seu valor expressivo.

8. Como sabes, as interjeições são uma marca de oralidade. Explica o seu uso no texto, dentro do discurso indirecto, nos excertos assinalados a negrito.

9. Explica a expressividade do advérbio de modo no exemplo: “E Rui, alargando os braços, respirou deliciosamente.”


10. Escolhe a opção que melhor exprime a ideia das expressões retiradas do texto:

A. “E quando ali na fonte, e além rente aos silvados, só restassem, sob as neves de Dezembro, alguns ossos sem nome…”

a) Em Dezembro, os corpos de Rui e de Rostabal já estariam sepultados;
b) Os corpos de Rostabal e de Guanes já estariam irreconhecíveis, quando chegasse o Inverno;
c) Os corpos de Guanes e de Rostabal ainda estariam intactos, quando chegasse o Inverno;
d) Em Dezembro, a neve faria gelar os corpos dos dois irmãos.

B. “…e na capela nova do solar renascido mandaria dizer missas ricas pelos seus dois irmãos mortos…”

a) Construiria um palácio, com uma bela capela onde rezaria pelos irmãos;
b) Construiria um palácio, com uma bela capela onde rezaria missas pelos irmãos;
c) Reconstruiria os Paços de Medranhos e mandaria celebrar missas pelas almas dos irmãos;
d) Reconstruiria os Paços de Medranhos e celebraria missas pelas almas dos irmãos.


11.
Texto B

Proposição
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram,
Novo reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando:
- Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

Luís de Camões, Os Lusíadas

11.1. Lê atentamente o texto acima transcrito.
A definição de proposição nos dicionários é a seguinte:

Proposição, s. f. acto ou efeito de propor; expressão do juízo; enunciado verbal susceptível de ser declarado verdadeiro ou não; oração gramatical; primeira parte de um discurso ou de um poema onde se expõe o assunto que se vai tratar.
Dicionário de Língua Portuguesa, Porto Editora

Com o objectivo de redigires um texto cuidado, atenta nas sugestões que seguidamente te são dadas, sob a forma de perguntas:

a) Qual dos significados apresentados te parece mais ajustado ao Texto B?
b) Por que razão as epopeias clássicas se iniciam com uma “proposição”?
c) Que se pretende afinal, com uma “proposição”?

d) No caso de Os Lusíadas, Camões terá respeitado esse “costume” clássico. Em que medida o conseguiu? Justifica a tua opinião.

Extensão: de 80 a 100 palavras


II

1. Divide e classifica as orações nas frases seguintes:

a) “Apanhou um punhado de dobrões, que fez retinir sobre as pedras”;
b) “limpava as grossas bagas de um suor horrendo que o regelava como neve”;
c) “Mal a noite descesse, subiria a Medranhos”.

2. Passa para o discurso indirecto a seguinte fala de Rostabal:
“– Não, mil raios! Guanes é sôfrego... Quando o ano passado, se te lembras, ganhou os cem ducados ao espadeiro de Fresno, nem me quis emprestar três para eu comprar um gibão novo!”

3. Identifica as funções sintácticas desempenhadas pelas expressões sublinhadas:
a) “E há quanto tempo não provava capão.”
b) “A tarde descia, pensativa e doce, com nuvenzinhas cor-de-rosa.”
c) “Que é, D. Rui?”
d) “Atirou a garrafa vazia...”



III
Escolhe um dos temas seguintes:

Tema A
Há quem considere que a sociedade em que vivemos é marcada por grandes contrastes: por um lado, aqueles que só adquirem bens dos mais caros, que vivem em habitações de luxo e que frequentam os melhores restaurantes; por outro, os que lutam diariamente por comida, um tecto e outras condições básicas.

Redige um texto cuidado, apresentando a tua opinião sobre os contrastes acima descritos.

Tema B
Imagina que és o Guanes.

Redige um texto em que contes os pensamentos da personagem, enquanto fazia a viagem para Retortilho.


(extensão: de 180 a 280 palavras)

Aurora Gomes
Dez/08

CORRECÇÃO
I
Texto A
1. Rui, psicologicamente, demonstra ser insensível, hipócrita, imoral, mau, vaidoso, maquiavélico (ou outros adjectivos de valor equivalente).

2. A acção decorre na mata de Roquelanes, ao fim da tarde: “...quando ali na fonte, e além rente aos silvados..”; “A tarde descia, pensativa e doce, com nuvenzinhas cor-de-rosa. Para além, na vereda, um bando de corvos grasnava.”; “Já entre os troncos a sombra se adensava.“

3. Os exemplos seguintes são marcas de tempo histórico porque situam a acção no contexto da História Universal, neste caso, no primeiro exemplo, na época da Reconquista Cristã da Península porque se alude à guerra contra os Muçulmanos e, no segundo, na Idade Média, dado que se refere uma moeda medieval: “Como devem morrer os de Medranhos – a pelejar contra o Turco!”; “(...) não teria custado menos de três maravedis.”

4. No excerto em estudo, refere-se novamente que Rui é “avisado”, neste caso porque ele demonstra lucidez e inteligência ao beber somente uma das garrafas de vinho, por reconhecer que precisava de estar sóbrio para carregar o tesouro para casa em segurança.

5. As referências aos corvos remetem para a ideia de morte iminente, tal como aconteceu, por exemplo, antes da morte de Guanes. Ou seja, elas dizem-nos que Rui vai morrer apesar de parecer ter a situação controlada.

6. Na parte final da obra, a personalidade falsa, imoral e violenta de Guanes é revelada porque o leitor descobre como desde o início, sob a capa de uma aparente descontracção (já que ele partiu e regressou a cantar), ele planeou friamente a morte dou seus irmãos.

7. Exemplos de metáforas: “A tarde descia, pensativa e doce.”; “E a fonte cantava, lavando o morto.”- a primeira indica que a tarde estava serena e calma; a segunda, refere que o barulho da água da fonte a cair era harmonioso e que o corpo de Rostabal estava meio submerso no tanque da fonte.
A sinestesia, está presente na expressão seguinte para evidenciar a qualidade do vinho, que era bom e caro: ”Com aquela cor velha e quente...”.

8. As interjeições são usadas no âmbito do discurso indirecto livre, que como se sabe, pretende reproduzir, dentro do discurso indirecto, as falas das personagens.

9. O advérbio de modo, no exemplo em análise, pretende realçar o estado de absoluta felicidade de Rui por pensar ter finalmente atingido os seus objectivos – ficar com o tesouro só para si.

10. A – b); B – c);

Texto B

11.
A proposição é uma das partes obrigatórias da estrutura interna de uma epopeia que tem a função de apresentar o objectivo da obra.
N’Os Lusíadas, Camões respeita essa regra, desvendando o seu objectivo – elogiar, em verso, os feitos gloriosos do povo português. Para isso, ele apresenta o assunto e os heróis a tratar: os feitos dos navegadores e guerreiros, as façanhas dos reis e os heróis individuais que, pelas suas acções, se tornaram imortais.
Na proposição apresenta-se, assim, o valor do “peito ilustre Lusitano” que fará esquecer todos os heróis da Antiguidade. (92 palavras)

II
1.
a) Oração subordinante: “Apanhou um punhado de dobrões,(...)”;
Oração subordinada relativa explicativa: ”(...) que fez retinir sobre as pedras”;

b) Oração subordinante: “limpava as grossas bagas de um suor horrendo(...)”;
Oração subordinada relativa restritiva: “(...) que o regelava como neve”;

c) Oração subordinante: ”(...) subiria a Medranhos”.
Oração subordinada temporal: “Mal a noite descesse (...)”.

2. Rostabal exclamou, praguejando, que Guanes era sôfrego e lembrou Rui que, quando no ano anterior ganhara (OU tinha ganhado) cem ducados ao espadeiro de Fresno, nem lhe quisera (OU tinha querido) emprestar três para ele comprar um gibão novo.

3.
a) A expressão sublinhada desempenha a função sintáctica de complemento directo;
b) A expressão sublinhada desempenha a função sintáctica de aposto;
c) A expressão sublinhada desempenha a função sintáctica de vocativo;
d) A expressão sublinhada desempenha a função sintáctica de atributo.



III


Tema A
Obedecer ao tema e ao tipo de texto propostos, apresentando um texto com introdução, desenvolvimento e conclusão, demarcando claramente os parágrafos, usando a primeira pessoa do singular, vocabulário adequado ao tema e expressões que denotem opinião (exs.: “na minha opinião...”; “penso que...”; “acho que...”; “considero que...”; “a meu ver...”; “do meu ponto de vista...”), apresentando clareza e correcção sintáctica e ortográfica e respeitando o limite de palavras.


Tema B
Obedecer ao tema (respeitando as informações do texto original e não criando situações incoerentes) e ao tipo de texto propostos, apresentando um texto com introdução, desenvolvimento e conclusão, respeitando as características do texto narrativo, demarcando claramente os parágrafos, usando a primeira pessoa do singular, vocabulário adequado ao tema, apresentando clareza e correcção sintáctica e ortográfica e respeitando o limite de palavras.

Correcção dos provérbios da aula de dia 5 de Dezembro


Correcção dos exercícios da aula de dia 5 de Dezembro




Palavras cruzadas da aula de dia 5 de Dezembro