quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Marcas do lirismo no episódio "Inês de Castro"

Apesar de o episódio narrar factos da História de Portugal o tema abordado é o Amor. O poeta quer, assim, manifestar as suas emoções perante o ocorrido e há várias expressões que documentam os seus sentimentos.
Por exemplo:

1. “Tu, só tu, puro Amor, com força crua, (…) / Deste causa à molesta morte sua” (estrofe 119) – o poeta apresenta aquele que considera o verdadeiro culpado da morte de Inês, o Amor;

2. A pretexto da morte de Inês, o poeta aproveita para realçar as doçuras e os sacrifícios do amor
a) “Aos montes insinando e às ervinhas / O nome que no peito escrito tinhas.” (estrofe 120);
b) “Do teu Príncipe ali te respondiam / As lembranças que na alma lhe moravam” (estrofe 121);
c) “Que tudo, enfim, tu, puro Amor, desprezas / Quando um gesto suave te sujeita” (estrofe 122);

3. “Crendo co sangue só da morte indina / Matar do firme amor o fogo aceso” (estrofe 123) – pretende-se evidenciar a intensidade e pureza do amor que unia Pedro e Inês;

4. “Que furor consentiu que a espada fina, (…) fosse alevantada / Contra ua fraca dama, ó peitos carniceiros, / Feros vos amostrais e cavaleiros?” (estrofe 130) - o poeta manifesta a sua indignação perante a crueldade destes homens que usam a força contra uma mulher indefesa;

5. “ No colo de alabastro, que sustinha / As obras com que Amor matou de amores / Aquele que despois a fez Rainha” (estrofe 132), “O nome do seu Pedro, que lhe ouviste, / Por muito grande espaço repetistes.” (estrofe 133), “Vede que fresca fonte rega as flores, / Que lágrimas são a água e o nome Amores!” (estrofe 135) - manifesta-se a admiração por um amor tão intenso que nem a morte consegue vencer ou apagar da memória colectiva).

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