terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sempre que afasto os cortinados às riscas azuis, amarelas e douradas e subo a persiana dou de caras com uma rua nem muito, nem pouco movimentada. Preenchida por árvores de estatura média, um pouco debruçadas como que a tentar “fugir” do seu lugar nem que só por um instante, verdes, prolongando-se ao longo dos passeios. A rua está também “equipada” com altos e despercebidos postes de iluminação que durante a noite são como que os “olhos das pessoas.
No passeio do lado contrário ao da minha janela encontra-se um parque de estacionamento muito “bem preenchido” pertencente a um moderno edifício (construído para o serviço da sociedade) branco com terraço na sua parte superior e com algumas entradas inferiores, tanto para automóveis como para as pessoas, caracterizadas pelo facto de que em vez de albergarem uma porta terem por sua vez um pequeno gradeado avermelhado. Este é um edifício que tem várias funções entre as quais esplanada, sala de espectáculos, court de ténis, Sede da Junta de Freguesia, auditório, biblioteca, sala de informática…
Podem-se ver também uma enorme fila de vivendas, a maior parte brancas, amarelas ou acinzentadas, “cobertas” de janelas e varandas, tal como quando alguém tem sarampo, e variando entre dois a três pisos, sempre com um pequeno terreno em torno de cada uma.
São bem audíveis os chilreios e pios de uma variedade de pássaros e também visíveis os saltos e curtos voos de folha em folha, de ramo em ramo, de árvore em árvore.
A estrada coberta por um ou outro lixo e folhas de Outono, verdes, castanhas, amarelas, encarnadas… com alguns altos e baixos e pequenas lombas é formada por negros e rugosos blocos de pedra, como que formando um puzzle com algumas “peças desaparecidas”.
Olhando em frente vemos o inicio de uma nova rua à qual eu não tenho poder de critica pois não a consigo vislumbrar “deste meu ponto de vista”.
Para além de tudo isto, ao longe na paisagem vejo montes e vales e, como que a escorrer por eles abaixo, casas e mais casas parecidas com “quadrados” ou “rectângulos” tal como um exercício de um livro de geometria.
Acima dessas casas, no lugar mais alto do monte avisto um Santuário que se destaca do resto da paisagem não só pela sua posição (no cume do monte), mas também pela sua imponência como que de uma mulher rica se tratasse, coberta por jóias para roubar protagonismo aos outros.
Esta é a “decoração” que é possível observar da janela do meu quarto.”

José Luís Antunes Martins-nº19-7ºF

Sem comentários: